A FAPERJ apoia as atividades do Laboratório

16 de dez. de 2010

Ensino de Ciências e Biologia

Cumprindo um desejo antigo, finalmente conseguimos definir uma parceria entre escolas públicas e o laboratório. Graças ao edital Programa de Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas Públicas Sediadas no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ, montamos e aprovamos um projeto para ser apolicado em duas escolas de Arraial do Cabo. Mais do que simplesmente levar informações aos alunos, é fazer com que eles sejam agentes da informação, que eles possam utilizá-la para desenvolverem-se e sentirem-se estimulados e curiosos em relação ao mundo. Por que o aprendizado inicia-se com a curiosidade. Quem se tporna curioso sobre um tema, se torna estudioso também e, busca respostas e soluções. Utilizando a Biologia da região, queremos mostrar que História, Geologia, Biologia, Física, Química, Meteorologia, Atividades físicas estão integradas.


Nosso tema é: ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: INTEGRANDO SALA DE AULA, EXPERIMENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

15 de nov. de 2010

Tetraclita stalactifera Biogeography

Depois de um tempo sem falar em Tetraclita, estamos voltando a este tema, que tem muita coisa para servir à  modelagem ecológica, às teoria de transporte larval e assentamento e, consequentemente, à Biogeografia e até mesmo, à mudanças climáticas.

Nossos objetivos neste momento são de  comparar a estrutura de populações na máxima extensão  possível da costa brasileira e para isto, esperamos contar com várias colaborações interestaduais. Este é o momento de buscá-las. Se alguém tiver interesse, é só nos contactar. Além disto, queremos fechar o ciclo desta espécie e descrever seus estágios larvais, para que assim, possamos passar a identificá-las no plâncton, já que algumas das principais espécies (Amphibalanus amphitrite, Megabalanus coccopoma, Chthamalus bisinuatus) já tem suas larvas descritas.

Temos a partir de nossa experiência e da bibliografia dois grandes contrastes: em dois locais distantes apenas  200km aproximadamente, os ciclos são completamente distintos e deslocados cerca de 6 meses um do outro. Qual é a abrangência desta variação ? Um dos locais é excessão ou é um padrão biogeográfico ? Para responder, estamos de volta ao campo, como não poderia deixar de ser. E o congresso no Chile, em 2011, ajudará muito nesta definição e em ampliar parcerias. Vamos trabalhar, ver e torcer !




30 de out. de 2010

Novidades marinhas

Ir atrás de novidades é sempre bom. E o mar é cheio delas. Em cada braço de mar há sempre algo para nos surpreendermos, mas isto tem se tornado cada vez mais frequente, com a entrada de espécies exóticas. Assim, estamos detectando nos mais diferentes locais, espécies que são típicas de outras regiões.

Minha mais nova surpresa (que já tem 1 mês) foi um Cnidario. Um Scyphozoa (medusa ou água-viva) mas de hábitos bentônicos. Vi esta espécie pela primeira vez na vida, antes só a conhecia de fotos em livros e vídeos. Mas agora ela está aqui pertinho, em Cabo Frio. Não sei se é uma introdução ou se já ocorria antes, mas é muito linda.

Bom, acabando com o suspense, é uma Cassiopea (?) xamachana. Já havia contactado o Prof. Morandini (USP) que produziu uma comunicação em congresso (ver ref. abaixo) sobre esta ocorrência, mas a dúvida na identificação precisa persiste, assim como seu status (nativo ou exótico) ainda não foi determinado.






Foto: LFSkinner



Bom, assim que tiver mais novidades, estaremos de volta!


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André C. Morandini, Sergio N. Stampar & Fábio L. da Silveira (2009). Cassiopea (Cnidaria: Scyphozoa) em Cabo Frio: uma misteriosa medusa ou desatenção dos pesquisadores? Resumos II Congresso Brasileiro de Biologia Marinha

28 de out. de 2010

Novo Poliqueto

Mais um poliqueto foi observado, também vindo das bandas coralíneas no NE. Desta vez é Pomatostegus stellatus, conhecido como "Horseshoe worm". Da mesma forma que seu ilustre primo, vamos às contagens e começar a estudar seu caminho até aqui. Quais foram seus passos ? Viagem direta ou com escalas ? Ou será que já estava aqui mas ninguém viu/ percebeu ? De volta ao mar, procurando em outros locais para mapeá-lo é fundamental.


15 de out. de 2010

Condições oceanográficas especiais trouxeram visitantes não tão frequentes

Estas últimas semanas tem sido de contrastes no Cabo Frio. Ventos fortíssimos de Nordeste, ventos de Sudoeste e novamente ventos de NE, isto as vezes com menos de 24 de diferença geraram condições oceanográficas bastante propícias à aproximação de massas d'água oceânicas. E junto com elas, animais muito interessantes e por que não, bonitos também.

Minha atenção foi aguçada quando na linha d´água da Praia do Pontal (Arraial do Cabo), observei várias pequenas manchas azuis. Um olhar mais próximo e pude identificar dezenas de caravelas (Physalia sp). Minha primeira preocupação foi ver se tinha na água em grande quantidade, pois a praia estava com muitos banhistas aproveitando o feriado, inclusive crianças e queimaduras deste animal não são nada agradáveis. Fiquei imaginando inclusive, contactar a imprensa e postos de saúde pois caso fosse constatada uma abundância muito elevada, com certeza teríamos grandes riscos aos banhistas. Mas fica o alerta.


Juntamente com a caravela, comecei a observar outros animais: Velella (uma pequena colônia flutuante, parecida com uma "medusa") e um Gastropoda também pelágico: Janthina globosa. Mas a surpresa maior foi encontrar uma craca muito especial. Temos a Família Lepadidae que são as cracas pedunculadas e que no Brasil, somente são observadas em águas oceânicas aderidas à estruturas flutuantes. Aliás, algumas foram coletadas em uma tampa de porão que flutuava na praia.




Mas voltando à craca, esta era muito diferente mesmo. Ela flutuava por si mesma. Sobre sua concha, uma estrutura cheia de bolhas de ar a mantinha na superfície. E a movimentação dos Cirros fazia com que este belo animal se deslocasse nadando. É isso aí mesmo, uma craca nadando por seus próprios meios e estratégias. Cada vez mais me surpreendo com estes bichos e passo a imaginar o enorme trabalho que Darwin teve para estudar este grupo. Bom, para quem chegou até aqui no texto, a espécie foi identificada como Dosima fascicularis (Ellis & Solander, 1786).



"General description: the genus Dosima can be easily distinguished from the genus Lepas by the distinct angle formed at the sub-central umbo of the carina, and the very thin and brittle plates (Young 1990 apud HINOJOSA et al 2006). Some authors suggested that the geographic distribution of theses barnacles is restricted to particular oceanographic conditions (e.g., species-specific SST) (Zevina & Memmi 1981, Moyse 1987, Green et al. 1994 apud HINOJOSA et al 2006)."

6 de out. de 2010

Exclusão de Didemnidae



Chegamos ao final da segunda repetição do experimento de exclusão simultâneo de predadores e de Didemnidae. Realmente, é muito interessante ver como predação e competição modificam a estrutura das comunidades. Ver as placas ao vivo após os 4 meses de imersão me levam a voltar a pensar em Sutherland (Sutherland J P. Multiple stable points in natural communities. Amer. Natur-aijst 108:859-73, 1974. - ver em http://www.garfield.library.upenn.edu/classics1989/A1989AB41500001.pdf) e Connell (http://www.esajournals.org/doi/abs/10.2307/1940877)




As fotos vão mostrar isto. A sequencia é controle (Control - no predator or competitor exclusion), exclusão de predador (Predator exclusion) e exclusão de predador e competidor Didemnidae (predator and competitor exclusion).








28 de abr. de 2010

Spirobranchus giganteus

Hoje, finalmente iniciamos o mapeamento de Spirobranchus giganteus em Arraial. Visualizamos vários indivíduos mas em nosso transect somente 2 juvenis (pequenos) foram observados, próximo ao local que acreditamos ter sido a "fonte" para a entrada desta espécie. Em breve mais informações!



Porto do Forno, 28/ IV/ 2010

Hoje fizemos a terceira coleta do projeto. As diferenças entre sem tela e com tela prosseguem, mas ainda não verificamos se temos diferenças entre com e sem Didemnum.  O certo é que nas placas sem tela, Didemnum é rara. Não, raríssima !! E para variar, alguns bichos diferentes e estranhos...

Vejam por vocês mesmos !




17 de abr. de 2010

Tetraclita na Praia Vermelha

Apesar de pretender levar este experimento por 4 ou até 5 anos, após 3 anos e 10 meses estou encerrando o projeto. Os quadrates raspados estão muito alterados, as marcações estão desaparecendo e dois eventos recentes marcaram definitivamente a comunidade, encerrando o ciclo do trabalho. O calorão do verão carioca levou à morte TODOS os indivíduos do quadrate superior, que estavam conseguindo sobreviver desde o primeiro ano. Mas o calor foi demais, inclusive para Chthamalus ! E depois, em abril veio a chuvarada e a ressaca. Desprendeu muita coisa e o costão voltou a ficar coberto pelos mexilhões no limite inferior.

Como exemplo, comparem as fotos entre Setembro de 2009 e Abril de 2010 no mesmo quadrate !!



24 de fev. de 2010

Primeiros resultados da exclusão de predadores

Hoje, após 1 mês, finalmente fomos ver os primeiros resultados dos incrustantes e fazermos as primeiras manipulações. MUITO interessante. Continuamos com os resultados do experimento dos emergentes: muita Didemnium spp nas caixas sem predadores e quase nada nas caixas em que os predadores tem acesso. Achamos 2 esponjas (Sycettusa ?) nas caixas com tela. Fizemos as exclusões e vamos ver os efeitos no próximo mês.

Mas vejam as diferenças e comparem vocês mesmos:

SEM TELA

COM TELA

Agenda de Atividades do Laboratório