A FAPERJ apoia as atividades do Laboratório

26 de dez. de 2012

Retrospectiva 2012

Chega ao fim o ano de 2012, e com ele, paramos para avaliar o ano. Podemos dizer que 2012 foi um ano positivo para o Laboratório. Tivemos muitos sucessos, alguns insucessos, mas isto faz parte do jogo.



Fechamos o projeto de predação em comunidades incrustantes na Ilha Grande e Arraial, com algumas surpresas. Uma delas diz respeito à presença de Ciona intestinalis. Outra, a mais uma espécie de ascídia, ao que tudo indica, também exótica (esta vou manter segredo até que possamos publicar). E este projeto se expandiu para o projeto sobre bioincrustação no RJ que, como já disse antes, ainda está em curso até fevereiro mas perdemos as estruturas em Buzios e Macaé. Mas iremos atrás destes dados!

Conseguimos uma publicação: Skinner, L. F., Tenório, A. A., Penha, F. L. & Soares, D. C. First record of Spirobranchus giganteus (Pallas, 1766) (Polychaeta, Serpulidae) on Southeastern Brazillian coast: new biofouler and free to live without corals?. Pan-American Journal of Aquatic Sciences, 7(3): 117-124. Mas temos outros 2 em avaliação que esperamos serem aceitos em 2013. E outros em preparação...

Conseguimos manter todas as bolsas do Lab, o que é um estímulo e um desafio. Manter a equipe é algo muito importante hoje em dia pois sozinho, não conseguiria realizar nada disto. Além disto, conquistamos mais uma bolsa de Iniciação Científica (UERJ). Tivemos 3 projetos aprovados na FAPERJ para 2013, sendo um em colaboração com a UENF.

Em especial, queria deixar aqui meu registro e agradecimento aos apoiadores do projeto, seja com recursos financeiros, apoio logístico ou autorizações para trabalho. Então agradeço à UERJ pelas bolsas, espaço e apoio institucional; à FAPERJ pelos auxílios; ao CEADS- UERJ por todo o suporte logístico, ao Porto do Forno, IEAPM, RESEX-Arraial e ESEC-Tamoios (ICMBio), PEIG-INEA, à Capitania dos Portos de Angra dos Reis e de Cabo Frio, ao Forte Marechal Hermes - Macaé, à Roca Construtora (Mangaratiba) pelas autorizações de acesso às suas instalações e autorizações para realização dos experimentos.

E aos amigos Ilana Zalmon (UENF), Andrea Junqueira (Lab. Benthos), Fábio Pitombo (UFF), Széchy (UFRJ), Alexandra Rizzo (UERJ), Michelle Klautau (LABPOR-UFRJ), Emílio Lana & Fernanda Cavalcanti (UFBA/UFRJ) pelo apoio e pelos diversos projetos, bem sucedidos ou não, mas que tornam o dia a dia na Biologia muito mais divertidos.

E por fim, gostaria de agradecer à toda a equipe do Laboratório. Sem vocês, nada disso seria possível. Espero que 2013 seja igualmente produtivo e que vocês possam também crescer junto com o laboratório. O sucesso de vocês é o maior indicador de sucesso que temos.










Feliiz 2013 para todos !

6 de dez. de 2012

A diversidade bioincrustante do Rio de Janeiro

Chegamos enfim, à metade do trabalho no litoral do Rio de Janeiro. Desde setembro, temos acompanhado a incrustação em 13 pontos do litoral. Apesar do enorme esforço envolvendo deslocamentos de campo e de monitoramento, a região do Norte Fluminense não nos contará seus segredos tão facilmente... infelizmente, nos dois pontos (Macaé e Buzios) desta região, perdemos as estruturas experimentais, tanto para Teredinidae quanto para incrustação. Mas isto não nos desanima, ao contrário, nos incentiva a continuar após reformulação da metodologia e dos locais de imersão.

Uma das coisas que nos motiva a continuar é o livro "Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos no Brasil", publicado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2011 (http://www.mma.gov.br/estruturas/205/_publicacao/205_publicacao03022011100749.pdf).


 Apesar da qualidade da imagem, a área verde a leste de cabo Frio, exatamente no trecho de costa entre Arraial do Cabo/Cabo Frio e Macaé é o setor da costa considerada "sem informações disponíveis".

Mas enquanto isto, vamos concluindo o trecho sul com resultados muito interessantes. Continuamos a detectar Ciona intestinalis e, desta vez, expandimos mais para o sul sua distribuição. Além de ser encontrada na Ilha Grande, ela também pode ser encontrada no litoral de Angra dos Reis. E a densidade de ascídia nesta localidade é impressionante, vejam abaixo...


Em breve teremos uma idéia das diferenças ao longo da costa, tanto em termos de diversidade quanto de velocidade e padrão de colonização. Aguardem.


22 de out. de 2012

Variação geográfica dos efeitos da predação sobre comunidades incrustantes do RJ

Finalmente, após mais de 3 meses de planejamento, discussões,montagens de estruturas e saídas de campo conseguimos terminar a imersão dos coletores  no litoral do Rio de Janeiro. Simultaneamente, estamos avaliando 13 pontos no litoral do RJ para ocorrência de bioincrustação, com um olhar sobre espécies exóticas cuja ocorrência é limitada por predadores. E além da bioincrustação estamos avaliando também os Teredinidae. Ouso dizer que para bioincrustação é um dos maiores estudos em termos de abrangência espacial simultânea já realizado no RJ. Que resultados virão ? Quais espécies encontraremos ? Alguma novidade ? Quais serão as espécies comuns do litoral do RJ e quais serão as "exclusivas" ? Muitas, muitas perguntas mesmo, que só começaremos a ter respostas daqui a uma semana. Enquanto isto, só a curiosidade domina. Foi (e será) muito cansativo, mas os resultados compensarão. Mas fica uma observação, trabalhos desta magnitude DEVEM SER FEITOS EM AMPLA COLABORAÇÃO. Precisamos deste tipo de estudo em escala nacional, mas para isto, a integração entre grupos é fundamental. Quem sabe...


2 de ago. de 2012

Ciona intestinalis no Rio de Janeiro

Como esperávamos (infelizmente), confirmamos a presença da ascídia Ciona intestinalis em praticamente todo o estado do Rio de Janeiro. Nossa hipótese de controle desta espécie pela predação foi mais uma vez corroborada (já havia sido em 1991, reforçada em 2009 e em outras situações). O que não sabíamos era a distribuição na costa do estado e recentemente, adicionamos mais dois pontos à esta distribuição. Já tinhamos conhecimento da Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba e Arraial do Cabo. Recentemente, detectamos C. intestinalis na parte leste da Baía da Ilha Grande e na porção oceânica desta. Com isto, temos o registro desta espécie em mais de 200Km de costa. Aparentemente, todos os indivíduos coletados correspondem ao morfotipo "A" (Sato et al., 2012).
Isto já nos levou a um experimento que buscará esta espécie simultaneamente entre a região de Parati e Macaé, em locais de atividades portuárias e maricultura especialmente.

Mas para a nossa sorte, os predadores são eficientes em seu controle. Sem a proteção de uma tela, elas não conseguem crescer e se desenvolver. Mas ela está lá, a espreita aguardando uma janela para expandir sua densidade. Basta reduzirmos seus predadores... e estamos a caminho, promovendo a pesca excessiva...


Sato, A.; Satoh, N. & Bishop, J.D.D., 2012. Field identification of ‘types’ A and B of the ascidian Ciona intestinalis in a region of sympatry. Marine Biology 159: 1611–1619 (doi:10.1007/s00227-012-1898-5)


8 de jun. de 2012

Dia do Oceano

Hoje a atualização do Blog é um convite a visitar nosso blog sobre o Dia do Oceano. Vejam o link em http://oceano-brasil.blogspot.com.br/2012/06/chuva-e-oceano.html

13 de mai. de 2012

Atualizações da Ilha Grande, maio 2012

E chegamos ao terceiro mês do experimento na Ilha Grande. Como passa rápido, outro dia ainda estávamos planejando, solicitando $$, autorização, organizando a equipe... Mas é assim, o tempo passa rápido e daqui a mais uns dias, já iremos retirar e trocar as estruturas. Mas vários resultados já estão aparecendo. Algumas novidades e constatações e outras novas idéias, rio adentro.

A primeira constatação é a inclusão da esponja calcárea Paraleucilla magna na região da costa verde. Até onde sabemos, este é o primeiro registro desta espécie para lá. Ou seja, mais trabalho para a Fernanda Cavalcanti, Michelle Klautau e seu grupo do LabPor-UFRJ.


Bom, mas as nossas placas vão bem. Apesar de notarmos uma redução nas coloniais, elas continuam dominando os substratos das caixas protegidas da predação, enquanto os Bryozoa continuam dominando nas caixas com predação. Nenhuma novidade nisto. Só mesmo a Paraleucilla ter sido encontrada na caixa com tela. Algumas ascídias coloniais diferentes surgiram, como a da foto acima. Esta também já foi vista em Arraial, falta só identificá-la. Mas não parece ser nada desconhecido ou novidade.

Mas nossa curiosidade foi aguçada por nossas incursões no interior do rio. No limite com o trecho final de corredeiras ainda observamos uma grande quantidade de cracas e de ostras, indicando que a água do mar chega com força até lá. E acreditamos que isto ocorra mesmo no verão, com as cheias do rio por causa das chuvas. Interessante pensar no transporte larval e no assentamento neste local. Novo projeto ? Quem sabe... Interessante que as larvas se acumulam neste ponto. Mas vejam a zonação vertical...

Trecho no limite de navegação - transição ambiente ritral para potamal

Algas ?

Ostras (muito grandes!!!)
 
Cracas (a identificar)
Bom, vejamos as novidades que surgirão ao final do mês. Muita curiosidade desde já. E teremos os coletores de Teredinidae também!


22 de abr. de 2012

Duas imagens...

O Mês de abril chegou e junto com ele, condições oceanográficas maravilhosas. Águas claras, quentes e uma diversidade incrível tem acompanhado estas águas. Tanto que não pude deixar de registrar, in loco, tamanha conjunção de fatores. E no acompanhamento mensal dos nossos coletores em Arraial, registrei duas imagens que muito me agradaram. A primeira, de um tubo de Spirobranchus giganteus, com o animal recolhido mas com seu opérculo bem visível. E longe de qualquer espécie de coral. E a segunda, um dos muitos Ctenophora que estão em profusão em Arraial. Lindo, lindo! E escolhi esta foto exatamente para mostrar a abundância de plâncton na água, que ficou bem evidente. Certamente os filtradores estão se fartando com tanto alimento. Alto investimento energético para suas atividades de crescimento e reprodução. Bom, como o que interessa hoje é mostrar as fotos, aí vão:




16 de abr. de 2012

2012 à toda velocidade

E 2012 segue em ritmo de corrida de F15... é isso mesmo, em velocidade de caças

Isto por que, além de darmos continuidade aos projetos de Bioincrustação em Arraial do Cabo, expandimos este ano para a Ilha Grande. Até aí, continuamos com o "projeto original". Alguns resultados já apareceram, como a presença de Ciona intestinalis, espécie que foi o ponto de partida para uma série de experimentos. Desta vez, detectamos sua presença nas águas da Ilha Grande, mais precisamente na Enseada de Dois Rios. E este local está bem longe de qualquer área portuária, na face oceânica da Ilha Grande. Com isto, temos registrada a presença desta espécie desde Arraial do Cabo até Angra dos Reis, quase todo o litoral do RJ (Artigo em preparação). Falta buscarmos em Macaé ou mais ao Norte do RJ (nossa próxima investida).

Outra coisa que chama a atenção é a dominância de Didemnum perlucidum*. Quase 100% da placa em apenas 2 meses. Isto é que é cersciemento! E nas placas sem tela, onde os predadores podem se fartar, elas nem chegam perto disto. Vejam só...




Bom, além deste projeto, outros dois vão iniciando... Teredinidae, em que estamos começando uma colaboração com a Pesquisadora do INMETRO Dra. Daniela Moraes e outro, sobre Rectutamento, crescimento, estrutura populacional e distribuição larval de Tetraclita stalactifera em Arraial do Cabo, juntamente com a Dra. Fernanda Siviero, do IEAPM. Apesar de ter sido iniciado há apenas 1 semana, já temos resultados bem interessantes. Abaixo, a foto de uma placa com apenas 3 dias, mas já repleta de recutas (muitos não vão ver, mas são os pontinhos brancos).


Em breve, mais novidades !

* Para mais sobre esta espécie vejam os artigos abaixo:

Smale et al, 2011, PLoS One, e16050 (http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0016050)

Smale and Childs, 2012, Biological Invasions, DOI: 10.1007/s10530-011-0167-8





9 de fev. de 2012

Mais um final

Ontem concluímos mais uma etapa da longa série de experimentos. Foram 4 meses de imersão das estruturas, desta vez no período de primavera-verão. Juntando ao período de outono-inverno anterior, fechamos mais 8 meses de estudos. Uma conclusão é que realmente, a ação de predadores é extremamente eficiente em moldar as comunidades bênticas e também, no controle de espécies, incluindo-se aí as espécies exóticas.
Placa após 4 meses, sem predadores no primeiro mês somente

Placa após 4 meses, sem predadores por 3 meses

Placa após 4 meses, sempre sem predadores


Não detectamos Ciona intestinalis desta vez, Ascidia curvata teve sua densidade diminuida em muito mas, a novidade que detectamos em julho segue firme. Rhodosoma turcicum continua presente mas somente onde consegue ficar livre dos predadores, ou seja, nas caixas protegidas por tela ou então, sob as placas nas caixas sem esta proteção.

Mas outras coisas continuam a chamar atenção: o modo de crescimento de Serpulidae quando a ação dos predadores é limitada. Estes animais crescem e formam seus tubos verticalmente, ao invés de rentes ao substrato. Já havia percebido isto desde os primeiros experimentos, ainda na graduação. Mas agora, acho que é o momento de botar no papel. Vejam só como fica:



Agora, são mais 4 meses para a segunda parte do experimento. Deixar a comunidade se formar e então.... hora de alimentar os peixes! Tirar das caixas e deixá-los sem tela para ver quem são os predadores e quais são as espécies preferidas, como os predadores agem e muito mais. Vamos aguardar e ver. Temos 20 placas para isso!

O experimento de Teredinidae também está chegando ao seu final (aquático). Retiramos também os coletores do porto e, infelizmente, perdemos os da Praia Gande (Ressurgência). Mas a curiosidade é maior e vamos repetir este ponto, afinal de contas, qual é o efeito da ressurgência sobre estes animais ?

Em breve, teremos fotos de Angra também. Curiosidade grande! Aguardem!



21 de jan. de 2012

Bem vindo 2012!

E o ano de 2012 começou. E começou com crescimento. Rumo ao Sul... ao litoral Sul do Estado do Rio de Janeiro. Apesar de já estarmos com um pé (na verdade, uma nadadeira) lá, oficialmente os experimentos iniciaram agora. Colocamos coletores na Ilha Grande (CEADS - UERJ) e em Abraão, completando assim uma abrangência de cerca de 250 Km de costa, entre a Ilha Grande e Arraial do Cabo.

Aqui vão algumas fotos tanto dos locais de estudo mais recentes quanto de alguns animais que começaremos a lidar com mais frequência.

Polychaeta vivendo no interior de galerias de moluscos perfurantes de madeira (Teredinidae)  (Polychaeta living inside Teredinidae shipworms galleries)


 Enseada de Dois Rios, Ilha Grande (CEADS)


Abraão, Ilha Grande


Coletores cobertos com cracas. Ambiente estuarino. A colonização ocorreu no interior de um rio próximo ao CEADS, em uma distância de 800m do mar. (barnacles growing over plate. These animas have recruited inside estuarine region, 800m away from the ocean)

Agenda de Atividades do Laboratório