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15 de out. de 2010

Condições oceanográficas especiais trouxeram visitantes não tão frequentes

Estas últimas semanas tem sido de contrastes no Cabo Frio. Ventos fortíssimos de Nordeste, ventos de Sudoeste e novamente ventos de NE, isto as vezes com menos de 24 de diferença geraram condições oceanográficas bastante propícias à aproximação de massas d'água oceânicas. E junto com elas, animais muito interessantes e por que não, bonitos também.

Minha atenção foi aguçada quando na linha d´água da Praia do Pontal (Arraial do Cabo), observei várias pequenas manchas azuis. Um olhar mais próximo e pude identificar dezenas de caravelas (Physalia sp). Minha primeira preocupação foi ver se tinha na água em grande quantidade, pois a praia estava com muitos banhistas aproveitando o feriado, inclusive crianças e queimaduras deste animal não são nada agradáveis. Fiquei imaginando inclusive, contactar a imprensa e postos de saúde pois caso fosse constatada uma abundância muito elevada, com certeza teríamos grandes riscos aos banhistas. Mas fica o alerta.


Juntamente com a caravela, comecei a observar outros animais: Velella (uma pequena colônia flutuante, parecida com uma "medusa") e um Gastropoda também pelágico: Janthina globosa. Mas a surpresa maior foi encontrar uma craca muito especial. Temos a Família Lepadidae que são as cracas pedunculadas e que no Brasil, somente são observadas em águas oceânicas aderidas à estruturas flutuantes. Aliás, algumas foram coletadas em uma tampa de porão que flutuava na praia.




Mas voltando à craca, esta era muito diferente mesmo. Ela flutuava por si mesma. Sobre sua concha, uma estrutura cheia de bolhas de ar a mantinha na superfície. E a movimentação dos Cirros fazia com que este belo animal se deslocasse nadando. É isso aí mesmo, uma craca nadando por seus próprios meios e estratégias. Cada vez mais me surpreendo com estes bichos e passo a imaginar o enorme trabalho que Darwin teve para estudar este grupo. Bom, para quem chegou até aqui no texto, a espécie foi identificada como Dosima fascicularis (Ellis & Solander, 1786).



"General description: the genus Dosima can be easily distinguished from the genus Lepas by the distinct angle formed at the sub-central umbo of the carina, and the very thin and brittle plates (Young 1990 apud HINOJOSA et al 2006). Some authors suggested that the geographic distribution of theses barnacles is restricted to particular oceanographic conditions (e.g., species-specific SST) (Zevina & Memmi 1981, Moyse 1987, Green et al. 1994 apud HINOJOSA et al 2006)."

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